O vento que desenrola a valsa das árvores é o mesmo que movimenta a vibração dos meus pulmões.
Pulsamos juntas. Eu e as árvores. Brisas, correntes e ventanias.
Aspiramos a magia desvendada só para nós.
Secretamente, conversamos sobre os dizeres agudos de cada dia.
Quando o respiro é de fundura humana, folhas e sementes se estremecem. Compartilhamos uma verdade íntima: na vastidão do que importa, a essência divina prevalece.
E acordamos juntas. Eu e as árvores. Eu e as brisas. Eu e todos os cantos de voz passarinhados.
De céu em dia não é sempre que o dourado prevalece. Hoje despertei ávida, sedenta e faminta pelo rosado, sublimação que antecede o calor da minha estrela preferida.
Mas a cadência é perfeita em seus habitats. Eu, entregue às nuvens, só queria a doçura do céu.
E então percebo que o céu já vive em mim e, a doçura, sempre foi e será raiz florida, em minhas profundezas.